Tudo o que uma boa cápsula precisa é encontrar um braço, com um pouco de “responsa”, pra chamar de seu. Acho que a Nagaoka MP-110 encontrou o dela, o Jelco Sa-50. Juntos, eles dão um baile.Encontramos aqui um som orgânico, amplo e com ótimo dinamismo. Não se percebem sobreposições ou distorções, tudo muito bem equilibrado, e com isso, uma reprodução muito honesta do primeiro ao último sulco.
Essa não é a primeira vez em que me arrisco a escrever sobre cápsulas e, humildemente compartilhar com vocês as minhas impressões. Quem acompanha o VeV, pode já ter lido a minha resenha sobre a Shure M97-XE.
Ao longo de meus 12 anos de colecionismo, já tive um número interessante de cápsulas fonocaptoras. Desde as nacionais, mais simples, e passando por Pickering, Audio-Technica, Grado, Ortofon, chegando então a que considero o “santo graal” das cápsulas MM, a Shure V15 Type IV, a qual mantenho todo apreço (fico devendo um review sobre ela).
Fazia algum tempo que estava um tanto curioso pela Nagaoka MP-110. Vinha fazendo algumas leituras, vendo vídeos e conversando com um amigo sobre ela, até que surgiu uma oportunidade e eu a adquiri. Não posso dizer que foi uma “grata surpresa” dado ao número de informações que já possuía sobre ela, mas posso dizer que ao vivo a experiência é infinitamente melhor.
Ela realmente é uma cápsula diferente. Adorei como soa bem mais acústica e aberta, com graves firmes, agudos equilibrados e médios vívidos. A reprodução vocal é outro destaque, incrivelmente presente, fazendo às vezes parecer que o cantor está bem a sua frente.
Vai aqui uma importante observação: ela é extremamente sensível ao alinhamento. Caso não esteja bem alinhada, tenderá ao famoso erro de última faixa e principalmente a sibilância. Portanto, é extremamente importante que seja utilizado o gabarito durante a instalação.
Prevalecem em minha coleção discos antigos, mais precisamente dos anos 60/70/80, possuo também alguns discos da nova safra e ambos foram ouvidos nela ao longo desses dois meses. A minha avaliação é de que ela seja mais adequada a um estilo mais “old school”. Gostei muito de ouvir meus discos mais velhos nela, com um punch muito gostoso e um som bem fiel a proposta. Jazz, black music, música orquestrada, MPB e rock foram os estilos mais escutados e tudo com louvor.
Então meu caro leitor e amigo discófilo, se estiver a procura de uma nova cápsula, acredito que seja interessante incluir a Nagaoka MP-110 em sua lista, com o bônus de que a mesma tem um valor bem acessível para agulhas de reposição, o que é ótimo.
Caso seja esta a sua escolha, peço que depois compartilhe conosco as suas impressões nos comentários aqui embaixo, certo?!
Um grande abraço e boas audições!
Meu Sistema:
Receiver: Marantz Model 2285
Toca discos: Polyvox TD-5000
Caixas acústicas: Lando LBK-312
Nagaoka MP-110 Phono Cartridge Specifications
– Type: Moving magnet
– Cantilever: Aluminum alloy
– Stylus type: Superfine polished elliptical bonded diamond with 0.4 x 0.7 mil radii
– Weight: 6.5 g
– Output voltage @ 1kHz,5cm/sec: 5mV
– Frequency response: 20Hz-20kHz
– Channel balance @ 1kHz: > 1.5dB
– Channel separation @ 1kHz: > 23dB
– Recommended loading: 47k ohms
– Dynamic compliance: 6.0 x 10-6 cm/dyne
– Static compliance: 18 x 10-6 cm/dyne
– Tracking force range: 1.5 – 2.0 g
– Break-in period: 30 hours
– Stylus replacement: Nagaoka JN-P110
Parabéns pelo texto meu amigo, realmente essa NAGAOKA é uma excelente cápsula, uma das melhores da atualidade. Concordo 100% na sua colocação sobre o braço Jelco SA-50, tenho o TD DD-6060 que usa esse braço, igual ao do TD5000, e dá um espetáculo de qualidade sonora quando bem alinhado e com uma boa cápsula.
Bom dia! Amigo Murilo ainda se encontra neste canal?