Salve galera! Estou aqui mais uma vez, como de costume, para falar de uma bolacha que compõe o meu acervo.
O escolhido para esta resenha é para mim um dos discos mais lindos produzidos no Brasil, em termo de arranjos, composição, produção… Trata-se do disco tropicalista de Gilberto Gil de 1969, também conhecido como “Cérebro Eletrônico” ou “Gil 69”, o terceiro LP de sua carreira.
Álbum fantástico com arranjos e direção musical de Rogério Duprat, Gilberto Gil (violão), Lanny Gordin (guitarra), Sérgio Barroso (baixo), Chiquinho de Moraes (piano) e Wilson das Neves (bateria). Dizem que as bases desse disco foram gravadas de forma precária na Bahia, pois na época, Gil, assim como Caetano Veloso, estava proibido de sair da Bahia por determinação judicial. Então, Rogério Duprat foi até Salvador onde pegou as fitas com as bases e as levou para São Paulo para gravar a parte instrumental. Um clássico da música lisérgica brasileira ou psicodelia, como queiram.
Este é o segundo exemplar que possuo, o primeiro estava em muito bom estado – consegui com um vendedor do Rio – porém, a capa estava com fita adesiva nas bordas, o atual está impecável – comprado de um vendedor de Minas Gerais. Selo Philips, mono, com capa simples laminada, arte do genial Rogério Duarte, com uma cruz estranha desenhada em uma espécie de pergaminho com um poema que inicia com a frase “…quero viver, até que a morte me encontre em amor.” Fantástico!!!
O Gil 69 é um disco que está um pouco difícil de encontrar hoje em dia e está bem inflacionado por conta da demanda. Tem uma reedição importada de 2012 remasterizado na Abbey Road que se encontra por volta de R$ 150,00, o original custa no mercado em torno de R$ 200,00.
Portanto, meus amigo, um disco altamente recomendado para os fãs de psicodelia brasileira, guitarras nervosas – fuzz no talo, baixo “groovado” , efeitos sonoros lisérgicos, onde pode-se encontrar do baião-psych – 17 Légua e Meia – ao space rock – “A Voz do Vivo” e “2001”. Destaque para as faixas “Cérebro Eletrônico”, “Volkswagen Blues” e o hit “Aquele Abraço” que são as que mais escuto do disco. Quem não tem essa obra, corre atrás que é indispensável na estante e no toca discos, ecoando nas entranhas auditivas, enchendo as mentes de cores e brilhos. Aquele Abraço e até a próxima.
Disco foda! Grande Walter me apresentou.
Ele é tão psicodélico que aconteceu uma história engraçada. Estava andando de carro com minha namorada e um amigo quando a gente passou por um trecho que estavam reformando o asfalto, alguns cascalho entraram pelo pneu que começou a fazer barulho. Nesse momento estávamos ouvindo esse álbum. O barulho nos pneus era tão estranho que eles pensaram que era na música.
kkkkkkkkkkkkkkkk Massa essa história, Dimas. Ele é um dos melhores da música brasileira! No ritmo que você anda, logo menos terá em sua coleção. 😀
Curioso é que o disco foi prensado pela “SOM Ind e Com S/A”, e não pela Companhia Brasileira de Discos (CBD), Que era o caso de todos os discos da PHILIPS naqueles dias. Pergunto-me por que..